sábado, 11 de junho de 2011

Sono com pesadelos

Lendo o editorial do Boletim da Associação Brasileira do Sono, deparei com uma história, a qual pode ser a de muitos leitores ou sofredores de tal drama, por assim dizer.

É a história de Dna Genoveva, senhora de 60 anos de idade, que vinha apresentando pesadelos constantes, praticamente todas as noites, o que a deixava apreensiva antes de ir para a cama. Seus pesadelos pioraram após falecimento trágico de seu marido em acidente de automóvel. Sonhava com bananas a engasgando ... acordando aflita e sufocada.

 Dona Genoveva procurou um médico psiquiatra, o qual passou a avaliar toda sua infância, possíveis traumas, relação com pai, namorados, marido, fantasias sexuais e afetivas. O psiquiatra a medicou com antidepressivos e a encaminhou posteriormente para um psicólogo de confiança com formação psicanalítica, que imediatamente deu início a 4 sessões semanais de análise. Após, 6 meses de tratamento, sem sucesso a encaminhou para outro profissional com formação junguiana. Este passou a interpretar seus sonhos do ponto de vista arquetípico. Mais 6 meses de tratamento e os pesadelos continuavam a atormentar Dna Genoveva.

Desacorsoada procurou o médico do sono. Sua consulta foi realizada sob a ótica biológica e solicitado exame de polissonografia de noite inteira.

 Lá se foi Dona Geneveva, desesperançada, realizar tal exame.

 O resultado mostrou índice de apneia obstrutiva do sono grave, com 55 paradas respiratórias por hora, durante o sono. Motivo pelo qual acordava engasgada e sem fôlego. Quase uma apneia por hora, sendo extremamente esclarecedor, já que praticamente os eventos ocorriam durante o sono REM (fase dos sonhos).

 Após tratamento proposto para seu caso, os pesadelos passaram como milagre, disse ela. Na última consulta, Dna Genoveva um pouco encabulada comentou: " Continuo fazendo psicoterapia, doutor, e as vezes ainda sonho com as bananas. Mas elas não mais me sufocam"

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