sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Aparelho intra oral para ronco e apneia do sono ou CPAP



 Em primeiro lugar devemos considerar que a maioria das apneias são  consideradas leves e moderadas, ou seja, com índice não superior a 30 eventos por hora.

O CPAP (Dispositivo que promove pressão positiva de ar contínua nas vias aéreas ) é a melhor opção para:

  1.  diagnóstico de casos graves de apneia obstrutiva (acima de 30 eventos por hora) 
  2. diagnóstico de casos leves (5 a 15 eventos/h) a moderados (16 a 30 eventos/h) em pacientes com risco cardiovascular
  3. pessoas com sonolência diurna excessiva
 Os incovenientes desta terapia são os efeitos colaterais como:  escape de ar pela máscara, claustrofobia,  irritação das mucosas nasais, aerofabia, dor de cabeça, limitação dos movimentos corporais durante o sono, entre outros. Esta situação diminui a taxa de adesão ao tratamento promovendo abandono em mais de 50 % dos casos em curto prazo e 70 % dos casos em longo prazo.

 
As indicações para uso de aparelhos intra orais (AIO) para ronco e apneia do sono são:

  1. pessoas que somente roncam
  2. pessoas com diagnóstico de apneia obstrutiva do sono (SAHOS) de forma leve
  3. pessoas com diagnóstico de SAHOS moderada e IMC dentro da normalidade
  4. pessoas com SAHOS leve a grave com estilo de vida que incluem muitas viagens
  5. rejeição ou intolerância ao CPAP
Em suma:

- Se o ronco é sintoma marcante, se o índice de apneia for leve a moderado, pessoa com IMC normal, sem dessaturações importantes durante o sono, o aparelho intra oral é considerado primeira escolha para o tratamento, conforme as diretrizes aprovadas pela Academia Americana de Medicina do Sono com publicação em fevereiro de 2006. Sempre acompanhado pelo médico do sono e realizado por Dentista Especializado na Área do Sono.
- Se o índice de apneia obstrutiva do sono for grave, pacientes com sonolência diurna excessiva como sintoma primário, com risco cardiovascular, obesas e com altos índices de dessaturação de oxigênio durante o sono, o tratamento com CPAP, com certeza é a melhor opção.
- em alguns casos o paciente pode se beneficiar de ambos tratamentos, por exemplo, aquele que viaja muito. Podendo utilizar o AIO para viagem e o CPAP quando não viaja.

Dra Dilana Oppitz Kochenborger - CRORS 4816
Certificada em Odontologia na Medicina do Sono pela Associação Brasilerira do Sono (ABS)





Apneia do Sono, grande inimigo do coração



Nas últimas duas décadas, o crescente número de evidências científicas deixou claro o impacto dos distúrbios do sono no sistema cardiovasculares. Por exemplo: - pacientes que sofrem de hipertensão arterial sistêmica, estudos mostram a prevalência de distúrbios do sono em 35%, chegando a 70% em casos de hipertensão refratária ou resistente; nos indivíduos coronarianos a prevalência é estimada em 30%; em pacientes portadores de fibrilação atrial, 50%; e, na insuficiência cardíaca, as estatísticas variam de 12 a 53%. Imaginando que temos cerca de 9% das mulheres e 21% dos homens com a forma de Apneia Obstrutiva do Sono (diagnosticados pela polissonografia), fica claro e evidente a nítida associação entre a apneia do sono com doenças cardiovasculares. Naturalmente, esta associação decorre do perfil do paciente na pré-disposição às doenças cardiovasculares, em que o sobrepeso/obesidade e síndrome metabólica são muito comuns. Neste ponto, encontramos um paradoxo: - mais de 20 milhões de brasilerios sofrem de distúrbios respiratórios do sono e, entre eles, 80 a 90% não foram diagnosticados.
Resumindo:
 

·         As pessoas que sofrem de distúrbios do sono, tem cerca de três vezes mais chances de desenvolver a hipertensão arterial em um prazo de até quatro anos, do que os indivíduos que não tem problema.
·         A Apneia do Sono é causa reconhecida de hipertensão além de aumentar o risco de infarto do miocárdio, acidentes vascular cerebral, arritmias, fibrilação cardíaca e outras complicações cardiovasculares.
·         Cerca de 24% dos homens e 9% das mulheres apresentam a Apneia do Sono.
·         As estatísticas aumentam a cada ano, uma vez que cresce o número de obesos no mundo.
·         O tratamento é multidisciplinar e quanto mais precoce, menos chances de desenvolver complicações cardíacas.