quinta-feira, 13 de maio de 2010

Apneia do sono em obesos

A prevalência mundial da obesidade vem crescendo de forma assustadora na últimas décadas em todas as idades, sendo considerado problema contemporâneo de saúde pública e mais importante de todos os tempos. Os custos para os governos com suas complicações atingem cifras de bilhões de dólares. 


O paciente obeso apresenta risco aumentado para inúmeras doenças, tais como hipertensão arterial, dislipidemia, cardiopatia isquêmica, diabetes mellitus, colelitíase, doenças respiratórias como síndrome de apneia hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS), cânceres e artrite.

Podemos entender  SAHOS como doença crônica, progressiva, incapacitante, com alta morbidade e mortalidade cardiovascular, caracterizada pela fechamento repetitivo das vias aéreas superiores durante o sono causando apneias e hipopneias com aumento do esforço respiratório. Como sintomas gerais, está presente o ronco, as pausas respiratórias, sono fragmentado, sonolência excessiva, desordens de humor, diminuição da libido e déficits de atenção e memória entre outros.

Podemos entender como sobrepeso o resultado de um balanço energético positivo e de longa duração, onde o índice da massa corpórea (IMC) está acima de 27 km/m2, a circunferência abdominal maior que 94 cm para homens e 80 cm para mulheres.

Aproximadamente 70% dos indivíduos apneicos são obesos. Esta  correlação é causado por estreitamento ou obstrução das vias aéreas superiores pelos tecidos moles da orofaringe, levando ao colapso durante o sono.

Portanto, a perda de peso para esses pacientes é essencial na redução da severidade da SAHOS e suas comorbidades. Porém, somente o tratamento clínico de emagrecimento não é eficaz a longo tempo, o que não ocorre com o tratamento cirúrgico.

Harman et al (1981) realizaram estudo para determinar o efeito da perda de peso sobre o índice de apneia em indivíduos obesos mórbidos do sexo masculino. E concluiram através do estudo polissonográfico que houve um declínio significativo dos episódios de apneia por hora, após uma perda em média de 47% do peso inicial. 

Rajala et al (1991), estudaram onze pacientes obseos com IMC maior que 40 kg/m2 e que realizaram gastroplastia, foi observado que seis desses pacientes não apresentavam mais episódios de apneia obstrutiva do sono.
 
De acordo com Scheuller (2001), indivíduos após 12 anos de cirurgia bariátrica apresentaram uma diminuição de 55% no índice dos distúrbios respiratórios. 

São condidatos ao tratamento cirúrgico, indivíduos com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 40 kg/m2, ou com IMC superior a 35 kg/m2 associado a comorbidades como apneia do sono, hipertensão arterial, diabetes melitus, artropatias, dislipidemias.  

Segundo o Consenso Latino-Americano de Obesidade são reconhecidas três técnicos cirúrgicas: 
  • Totalmente restritivo - causam restrição do estômago (Banda Gástrica Ajustável, Cirurgia de Mason, Cirurgia de Sleeve)
  • Misto e predominantemente restritivo - os desvios gástricos como o Bypass Gástrico com e sem anel
  • Misto e predominantemente disabsortivo - as derivações bileopancreáticas (Duodenal, Switch, Scopinaro)
A técnica cirúrgica mais conhecida e estudada é chamada Bypass em Y de Roux. Esta cirurgica inicia com uma videolaparoscopia. O estômago que tem capacidade para cerca de dois litros é seccionado de maneira a se obter um novo estômago com capacidade de 15-30 ml.   Inicialmente, o funcionamento da cirurgia é através da restrição de ingestão de alimentos sólidos e em menor parte por disabsorção, uma vez que cerca de 150 cm do intestino delgado são desviados (técnica mista - predominantemente restritiva) 

O emagrecimento acentuado pode requerer cirurgias plásticas para retirada do excesso de pele.

Qualquer que seja a técnica cirúrgica escolhida, o paciente precisa ser acompanhado de perto por equipe especializada multidisciplinar.

Conclusão:

A perda de peso é essencial na redução da severidade da SAHOS, sendo o tratamento cirúrgico o que oferece maior resultado em pacientes com obesidade mórbida.

Contato: SonoClean
Dilana Oppitz Kochenborger - CRO 4816
Ortodontista com área de atuação em Odontologia do Sono
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