Fatores predictivos obtivos a partir da anamnese e exame físico na primeira consulta ao médico ou dentista podem ser sugestivos da presença de apneia do sono, porém o diagnóstico da patologia com dados relativos a sua intensidade somente se fará pela monitorização do sono através do exame de polissonografia (PSG).
Dependendo dos parâmetros encontrados durante o exame de noite inteira haverá diferentes probalbilidades diagnósticas e de tratamento.
A presença de ronco frequente (6 noites por semana) associado com sonolência excessiva diurna tem sido relacionado ao diagnóstico de apneia do sono (SAOS) com índice de eventos/hora maior de 15, ou seja, apneia moderada ou grave apresentando sensibilidade de 97 % (A sensibilidade é a fração dos que obtiveram resposta positiva no teste entre aqueles que possuem a doença).
Na presença de hipertensão arterial a correlação com apneia severa (mais de 30 eventos/hora) aumenta em 67 % comparando com pacientes com índice de apneia menor de 15 eventos/hora.
Outro estudo demonstrou correlação entre SAOS severa em pacientes com IMC maior de 30 kg/m2.
Em suma:
A PSG deve ser solicitada em pacientes com suspeita clínica de SAOS diante da presença de ronco associado ou não com sonolência excessiva diurna, aumento da circunferencia do pescoço, obesidade e hipertenção arterial.
Quais são as modalidades de monitoramento (PSG) e quando deve ser solicitado?
Existem 6 modalidades de monitoração do sono:
- Tipo I - assitido em laboratório com mais de 7 canais de monitorização;
- Tipo portátil II - não assistida com mais de 7 canais de monitorização;
- Tipo portátil III - monitorização entre 4 a 7 canais;
- Tipo portátil IV - monitorização entre 1 ou 2 canasi, sendo um deles oximentria.
- Polissonografia (PSG) para Titulação de Pressão Positiva na via aérea (PAP)
- Polissonografia (PSG) Split-night
- PSG - Tipo I: "gold Standart (padrão ouro)
Inclui 7 canais como: - eletroencefalograma, eletromiograma (mento e tíbia), eletrooculograma, fluxo aéreo, esforço respiratório, saturação de oxigênio no sangue, eletrocardiograma, posição corporal e ronco. É realizada em laboratório assistida por um técnico com mínimo de 6 hs de monitorização e os dados interpretados por médico habilitado para emissão do laudo.
Esta tipo de exame também pode ser realizado com equipamento portátil, ou seja, para realizar o exame em casa, e normalmente de forma não assistida por técnico. Uma grande limitação é a perda de canais de monitorização pela falha ou soltura dos sensores, estimada entre 4 a 33 % e grande variabilidade de equipamento e tenologias envolvidas.
- Monitorização Portátil Tipo II (MPS II)
Contempla os 7 canais acima citados, mas com a limitação na ausência do deslocamento por técnico até a residência do paciente tanto para montagem como para recolhimento no dia seguinte. Estima-se uma sensibilidade de 70% e especificidade de 91% (A especificidade é a fração dos que obtiveram resposta negativa no teste entre aqueles que não possuem a doença:)
- Monitorização Portátil Tipo III (cardiorespiratória)
Capta entre 4 a 7 canais incluindo saturação do oxigênio no sangue, fluxo aéreo, esforço respiratório e frequência cardíaca. Não avalia as fases do sono.
- Monitorização Portátil Tipo IV
Capta 1 a 2 canais sendo um deles obrigatoriamente a oximetria. Não avalia as fases do sono e não diferencia os tipos de apneia, mas evidencia as dessaturações.
- PSG para titulação de pressão positiva na via aérea (PAP)
Significa o retorno do paciente para novo exame de monitorização do sono assistida por técnico em laboratório. Está indicado para pacientes com resultados de SAOS, principalmente moderado e grave para obtenção do parâmetro de eliminação dos eventos respiratórios, ou seja, observar o valor que elimina as paradas respiratórias. Sempre seguindo o protocolo entre a gradual elevação da pressão associada à colocação das interfaces adequadas (máscaras)
- Monitorização Split-Night
Utiliza-se a 1ª metade da noite para diagnóstico e a 2ª metade para titulação do PAP ou AIO (aparelho intra-oral para apneia). Esta modalidade não permite o exato diagnóstico do paciente, pois interrompe esta avaliação na metade da noite e tenta encontrar a pressão adequada para o tratamento em apenas em uma metade da noite. Utilizado apenas em casos especiais.
Referência:
Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina (jun 2012)
postado por Dra Dilana Oppitz Kochenborger - CRO 4816
Certificada em Odontologia na Medicina do Sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono e COABS - Conselho de Odontologia da Associação Brasileira do Sono)
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