Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) tem importantes diferenças conceituais, etiológicos e de classificação dos eventos respiratórios em relação aos adultos.
A principal queixa dos pais é o ronco da criança, porém a diferenciação entre o ronco primário e a apneia obstrutiva do sono não pode ser feita apenas com dados de história clínica. Embora ambas situações apresentam sinais e sintomas de respiração bucal, apneia presenciada, esforço respiratório e ronco, mas não são dados suficientes para confirmar o diagnóstico de SAOS.
A presença de quadros sindrômicos, doença neurológica e obesidade são fatores a se ponderar para realização de exame de polissonografia (PSG).
A estimativa da gravidade da apneia é fator importante na prevenção de complicações pós-operatória na adenotonsilectomia (cirurgia de adenoide e amigdalas), e frequentemente os pais não desejam realizar a cirurgia, subestimando os sintomas apresentados pela criança.
Os valores de normalidade para polissonografia em crianças saudáveis de 1 a 15 anos de idade é de: IA = 1 evento/hora. com saturação de oxigênio maior 89% e o Pco2 ( pressão parcial de gás carbônico no sangue arterial) expiratório não pode ser superior a 45 mmHg por mais de 10% do tempo total do sono. Por exemplo: PCO2 maior que 45 mmHg significa que o paciente está hipoventilando.
O diagnóstico de apneia obstrutiva do sono em crianças é de suma importância, pois o não tratamemnto leva a dificuldades de aprendizado, dificuldade de memorização e diminuição no crescimento pondero-estatural. Em longo prazo aumento o risco de hipertensão e depressão.
Referência:
Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina (junho 2012)
sábado, 19 de abril de 2014
Quando é indicado fazer exame de polissonografia (PSG), em adultos
Recomendações:
Fatores predictivos obtivos a partir da anamnese e exame físico na primeira consulta ao médico ou dentista podem ser sugestivos da presença de apneia do sono, porém o diagnóstico da patologia com dados relativos a sua intensidade somente se fará pela monitorização do sono através do exame de polissonografia (PSG).
Dependendo dos parâmetros encontrados durante o exame de noite inteira haverá diferentes probalbilidades diagnósticas e de tratamento.
A presença de ronco frequente (6 noites por semana) associado com sonolência excessiva diurna tem sido relacionado ao diagnóstico de apneia do sono (SAOS) com índice de eventos/hora maior de 15, ou seja, apneia moderada ou grave apresentando sensibilidade de 97 % (A sensibilidade é a fração dos que obtiveram resposta positiva no teste entre aqueles que possuem a doença).
Na presença de hipertensão arterial a correlação com apneia severa (mais de 30 eventos/hora) aumenta em 67 % comparando com pacientes com índice de apneia menor de 15 eventos/hora.
Outro estudo demonstrou correlação entre SAOS severa em pacientes com IMC maior de 30 kg/m2.
Em suma:
A PSG deve ser solicitada em pacientes com suspeita clínica de SAOS diante da presença de ronco associado ou não com sonolência excessiva diurna, aumento da circunferencia do pescoço, obesidade e hipertenção arterial.
Existem 6 modalidades de monitoração do sono:
Inclui 7 canais como: - eletroencefalograma, eletromiograma (mento e tíbia), eletrooculograma, fluxo aéreo, esforço respiratório, saturação de oxigênio no sangue, eletrocardiograma, posição corporal e ronco. É realizada em laboratório assistida por um técnico com mínimo de 6 hs de monitorização e os dados interpretados por médico habilitado para emissão do laudo.
Esta tipo de exame também pode ser realizado com equipamento portátil, ou seja, para realizar o exame em casa, e normalmente de forma não assistida por técnico. Uma grande limitação é a perda de canais de monitorização pela falha ou soltura dos sensores, estimada entre 4 a 33 % e grande variabilidade de equipamento e tenologias envolvidas.
Contempla os 7 canais acima citados, mas com a limitação na ausência do deslocamento por técnico até a residência do paciente tanto para montagem como para recolhimento no dia seguinte. Estima-se uma sensibilidade de 70% e especificidade de 91% (A especificidade é a fração dos que obtiveram resposta negativa no teste entre aqueles que não possuem a doença:)
Capta entre 4 a 7 canais incluindo saturação do oxigênio no sangue, fluxo aéreo, esforço respiratório e frequência cardíaca. Não avalia as fases do sono.
Capta 1 a 2 canais sendo um deles obrigatoriamente a oximetria. Não avalia as fases do sono e não diferencia os tipos de apneia, mas evidencia as dessaturações.
Significa o retorno do paciente para novo exame de monitorização do sono assistida por técnico em laboratório. Está indicado para pacientes com resultados de SAOS, principalmente moderado e grave para obtenção do parâmetro de eliminação dos eventos respiratórios, ou seja, observar o valor que elimina as paradas respiratórias. Sempre seguindo o protocolo entre a gradual elevação da pressão associada à colocação das interfaces adequadas (máscaras)
Utiliza-se a 1ª metade da noite para diagnóstico e a 2ª metade para titulação do PAP ou AIO (aparelho intra-oral para apneia). Esta modalidade não permite o exato diagnóstico do paciente, pois interrompe esta avaliação na metade da noite e tenta encontrar a pressão adequada para o tratamento em apenas em uma metade da noite. Utilizado apenas em casos especiais.
Referência:
Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina (jun 2012)
postado por Dra Dilana Oppitz Kochenborger - CRO 4816
Certificada em Odontologia na Medicina do Sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono e COABS - Conselho de Odontologia da Associação Brasileira do Sono)
Fatores predictivos obtivos a partir da anamnese e exame físico na primeira consulta ao médico ou dentista podem ser sugestivos da presença de apneia do sono, porém o diagnóstico da patologia com dados relativos a sua intensidade somente se fará pela monitorização do sono através do exame de polissonografia (PSG).
Dependendo dos parâmetros encontrados durante o exame de noite inteira haverá diferentes probalbilidades diagnósticas e de tratamento.
A presença de ronco frequente (6 noites por semana) associado com sonolência excessiva diurna tem sido relacionado ao diagnóstico de apneia do sono (SAOS) com índice de eventos/hora maior de 15, ou seja, apneia moderada ou grave apresentando sensibilidade de 97 % (A sensibilidade é a fração dos que obtiveram resposta positiva no teste entre aqueles que possuem a doença).
Na presença de hipertensão arterial a correlação com apneia severa (mais de 30 eventos/hora) aumenta em 67 % comparando com pacientes com índice de apneia menor de 15 eventos/hora.
Outro estudo demonstrou correlação entre SAOS severa em pacientes com IMC maior de 30 kg/m2.
Em suma:
A PSG deve ser solicitada em pacientes com suspeita clínica de SAOS diante da presença de ronco associado ou não com sonolência excessiva diurna, aumento da circunferencia do pescoço, obesidade e hipertenção arterial.
Quais são as modalidades de monitoramento (PSG) e quando deve ser solicitado?
Existem 6 modalidades de monitoração do sono:
- Tipo I - assitido em laboratório com mais de 7 canais de monitorização;
- Tipo portátil II - não assistida com mais de 7 canais de monitorização;
- Tipo portátil III - monitorização entre 4 a 7 canais;
- Tipo portátil IV - monitorização entre 1 ou 2 canasi, sendo um deles oximentria.
- Polissonografia (PSG) para Titulação de Pressão Positiva na via aérea (PAP)
- Polissonografia (PSG) Split-night
- PSG - Tipo I: "gold Standart (padrão ouro)
Inclui 7 canais como: - eletroencefalograma, eletromiograma (mento e tíbia), eletrooculograma, fluxo aéreo, esforço respiratório, saturação de oxigênio no sangue, eletrocardiograma, posição corporal e ronco. É realizada em laboratório assistida por um técnico com mínimo de 6 hs de monitorização e os dados interpretados por médico habilitado para emissão do laudo.
Esta tipo de exame também pode ser realizado com equipamento portátil, ou seja, para realizar o exame em casa, e normalmente de forma não assistida por técnico. Uma grande limitação é a perda de canais de monitorização pela falha ou soltura dos sensores, estimada entre 4 a 33 % e grande variabilidade de equipamento e tenologias envolvidas.
- Monitorização Portátil Tipo II (MPS II)
Contempla os 7 canais acima citados, mas com a limitação na ausência do deslocamento por técnico até a residência do paciente tanto para montagem como para recolhimento no dia seguinte. Estima-se uma sensibilidade de 70% e especificidade de 91% (A especificidade é a fração dos que obtiveram resposta negativa no teste entre aqueles que não possuem a doença:)
- Monitorização Portátil Tipo III (cardiorespiratória)
Capta entre 4 a 7 canais incluindo saturação do oxigênio no sangue, fluxo aéreo, esforço respiratório e frequência cardíaca. Não avalia as fases do sono.
- Monitorização Portátil Tipo IV
Capta 1 a 2 canais sendo um deles obrigatoriamente a oximetria. Não avalia as fases do sono e não diferencia os tipos de apneia, mas evidencia as dessaturações.
- PSG para titulação de pressão positiva na via aérea (PAP)
Significa o retorno do paciente para novo exame de monitorização do sono assistida por técnico em laboratório. Está indicado para pacientes com resultados de SAOS, principalmente moderado e grave para obtenção do parâmetro de eliminação dos eventos respiratórios, ou seja, observar o valor que elimina as paradas respiratórias. Sempre seguindo o protocolo entre a gradual elevação da pressão associada à colocação das interfaces adequadas (máscaras)
- Monitorização Split-Night
Utiliza-se a 1ª metade da noite para diagnóstico e a 2ª metade para titulação do PAP ou AIO (aparelho intra-oral para apneia). Esta modalidade não permite o exato diagnóstico do paciente, pois interrompe esta avaliação na metade da noite e tenta encontrar a pressão adequada para o tratamento em apenas em uma metade da noite. Utilizado apenas em casos especiais.
Referência:
Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina (jun 2012)
postado por Dra Dilana Oppitz Kochenborger - CRO 4816
Certificada em Odontologia na Medicina do Sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono e COABS - Conselho de Odontologia da Associação Brasileira do Sono)
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Importância dos questionários para diagnóstico da Apneia do Sono
As queixas mais comuns nos indivíduos adultos com apneia do sono são:
Outros parâmetros clínicos são descritos como:
Na criança com Distúrbios Respiratórios do Sono, os sintomas associados para a suspeita de Apneia do sono é:
Por exemplo: a combinação dos sintomas de ronco com distúrbio de aprendizado tem alta especificidade (97%) para presença de apneia do sono.
Questionários específicos são realizados durante a primeira consulta como:
Referência: Apneia obstrutiva do Sono e Ronco Primário: Diagnóstico - 11 de junho de 2012
Elaborado pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial; Academia Brasileira de Neurologia; Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Pediatria; Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
Dra. Dilana Oppitz Kochenborger - CRO 4816
Certificada pela Associação Brasileira de Medicina do Sono em Odontologia na Medicina do Sono
- presença de ronco testemunhado
- sufocamento noturno
- sonolência excessiva diurna
- sono não reparador
- fadiga e alterações cognitivas (aprendizado, concentração e memória)
Outros parâmetros clínicos são descritos como:
- aumento de peso corporal
- envelhecimento
- cefaleia matinal
- associação com parâmetros clínicos (hipertensão arterial sistêmica, síndrome metabólica, etc.)
Na criança com Distúrbios Respiratórios do Sono, os sintomas associados para a suspeita de Apneia do sono é:
- presença de ronco alto e frequente
- presença de hipertrofia de adenoides e amigdalas
- respiradores bucais
- sonolência excessiva diurna
- hiperatividade
- distúrbio de aprendizado, déficit de atenção
- sonambulismo
- sonilóquio (falar enquanto dorme)
Por exemplo: a combinação dos sintomas de ronco com distúrbio de aprendizado tem alta especificidade (97%) para presença de apneia do sono.
Questionários específicos são realizados durante a primeira consulta como:
- Questionário de Berlim ou Epworth para avaliar o grau de sonolência diurna
- Valor do IMC (peso corporal)
- Conforme resultado, confirmar suspeitas com exame de polissonografia de noite inteira.
Referência: Apneia obstrutiva do Sono e Ronco Primário: Diagnóstico - 11 de junho de 2012
Elaborado pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial; Academia Brasileira de Neurologia; Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Pediatria; Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
Dra. Dilana Oppitz Kochenborger - CRO 4816
Certificada pela Associação Brasileira de Medicina do Sono em Odontologia na Medicina do Sono
sábado, 15 de março de 2014
Você sabe porque ronca?
É muito comum
a gente conhecer ou conviver com uma pessoa que ronca, ou até sermos os
próprios roncadores. Este distúrbio do sono afeta mais de 1/3 dos adultos,
correspondendo a profundas transformações na vida do indivíduo sob aspecto
físico, mental, psicológico e social.
Este
casal não dorme com qualidade.
“Ele,
porque ronca parecendo que está serrando uma tora de madeira bem dentro do
quarto, no meio da noite, e ouvido a distância, ela porque tal barulho a deixa
insone.”
O Ronco além
de causar constrangimentos entre os familiares, e se tornar alvo de
brincadeiras e chacotas entre os amigos, é um dos motivos que leva ao divórcio
muitos casais. (80% dos casais são vítimas do ronco)
Se você está passando por este
problema, leia com atenção o que segue, pois...
Cuidado!
Este distúrbio do sono, se não
tratado pode levar a morte ou antecipá-la.
Você sabe por que ronca?
Geralmente o
problema inicia por roncos ou ressonares curtos, eventuais e inofensivos,
depois com o passar dos anos ele vai se agigantando de tal forma que nem o
roncador e muito menos sua companheira conseguem dormir com qualidade.
Por que o fato de deixar de dormir com qualidade pode ser tão
perigoso?
Sabe-se que a
privação ou a má qualidade do sono resulta em graves danos ao organismo. O sono
é fundamental para restauração física e emocional da pessoa, para o relaxamento
muscular, para reorganização da memória e para a reposição de substâncias
químicas no organismo como a serotonina, responsável pela manutenção do bom
humor e do controle da dor.
Então, o ronco indica que algo está errado com a saúde?
Correto! O ronco demonstra que
algo está errado com a respiração e a pessoa que ronca pode estar sofrendo com
outro problema mais grave ainda: a
apneia obstrutiva do sono. Esta doença é caracterizada pela obstrução
total ou parcial da passagem do ar pela garganta por mais de 10 segundos,
várias vezes por noite, se associando a microdespertares. O desenvolvimento
desta doença, com o passar do tempo vai gerar a pré-disposição para o
aparecimento de arritmias cardíacas, pressão alta, derrames cerebrais e infarto
do miocárdio.
Como a gente pode saber quando está sofrendo de apneia
obstrutiva do sono?
Observe se nestes últimos anos
estão ocorrendo estes sinais e sintomas:
- Ronco alto
- Cochila durante o dia em qualquer situação monótona
- Sono agitado
- Engasgos durante o sono
- Está ganhando peso na cintura e no pescoço, principalmente
- A memória está reduzindo
- A atenção está deficitária
- Sofreu algum acidente de automóvel por distração
- Tem dor de cabeça pela manhã
- Boca seca ao acordar
- Suor noturno
- Falta de apetite sexual
- Levanta várias vezes durante a noite para urinar
- Tem palpitações e sustos durante o sono
- Pressão alta
- Irritabilidade e problemas conjugais
Se tiver 4 ou mais sintomas
destes acima citados procure um médico do sono ou um dentista especializado em
sono.
Existe algum exame para comprovação real da apneia
obstrutiva do sono?
Sim! Para o diagnóstico da doença
é indispensável a realização do exame chamado de polissonografia, onde o
paciente é monitorado por uma noite enquanto dorme.
Existe tratamento?
Sim! Nem tudo é nebuloso entre as
quatro paredes de quem ronca. Hoje é possível tratar o distúrbio de várias
formas. Uma delas é a higiene do sono, uma espécie de manual de como dormir
bem. Outra boa maneira de afugentar o ronco e a apnéia é encarar uma dieta.
Também existem várias formas de
cirurgias com o objetivo de desobstruir a passagem de ar, assim como a
utilização de aparelhos intrabucais com excelente aceitação pelos
pacientes.
E, em casos mais graves de apneia
recorre-se ao CPAP, uma espécie de injetor de ar, colocado no paciente através
de uma máscara enquanto dorme.
“O sono noturno é uma fonte inesgotável do suprimento de energia
que alimenta a vida em todas as suas expressões”
Pense bem nisto!
Dra Dilana Oppitz Kochenborger - CRORS 4816
com certificação pela Associação Brasileira do Sono em Odontologia na Medicina do Sono
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