A saúde destes jovens é ameaçada pelos constantes excessos a que se expõem. Fatores como alimentação inadequada (excesso de lanches gordurosos, salgadinhos e bolachas), consumo elevado de álcool e fumo, sedentarismo, sono irregular e, inclusive negligência com relação a prática sexual, representam risco muito grande. Caso esse ritmo persista, eles não chegarão à idade dos pais nas mesmas condições.
Além de envelhecidos precocemente estarão obesos, com distúrbios do sono, doenças do coração, renais ou hepáticas.
Por que dormir pouco aumenta o apetite e engorda?
A literatura atual tem encontrado associações epidemiológicas entre o prejuízo no padrão habitual do sono e a obesidade. Diversos estudos indicam que a privação do sono para menos de 8 horas diárias em jovens (ideal 9 horas), tem maior possibilidade de se tornarem obesos. O encurtamento do sono altera os hormônios que controlam a fome; por exemplo, os níveis de leptina (ação de reduzir o apetite) baixam, enquanto os níveis de grelina (ação estimulante do apetite) aumentam. Consequentemente, a fome e o apetite por ingestão calórica aumentam desencadeando a obesidade. Podemos dizer que o padrão adequado de sono torna-se fundamental para o controle da massa corporal, devendo ser incentivado pelos pais e profissionais da saúde.
Obesidade e sono
A obesidade é considerada problema de saúde pública. É doença multifatorial causada por influências genéticas e ambientais. Entre os fatores predominantes que podem favorecer o aumento de peso estão:
- ordem emocional
- consumo de determinantes medicamentos
- sedentarismo
- estresse
- privação de sono
- apneia obstrutiva do sono
A SAOS afeta aproximadamente 24% dos homens e 9% das mulheres. Caracteriza-se pela interrupção da respiração por mais de 10 segundos durante o sono, tornando-o fragmentado. Evidências deste fato são a preguiça e a sonolência excessiva diurna.
Estudo publicado no "The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism"(2004) trouxe à tona resultados preocupantes entre a relação do sono e obesidade em adultos jovens (entre 27 e 34 anos) que dormiam menos de 6 horas, tornaram-se obesos com suscetibilidade para desenvolver diabetes e doença cardíaca corornariana.
Alerta no diagnóstico
Quem busca tratamento para obesidade, informe o médico se ronca ou não dorme bem. A partir deste dado será recomendado realizar exame de polissonografia para avaliar a existência de apneia do sono.
TRATAMENTO para SAOS
- Mudança de estilo de vida (higiene do sono, emagrecimento, exercícios físicos regulares, padronização dos horários para dormir e acordar, alimentação rica em nutrientes e fibras, evitar bebidas alcoólicas e fumo)
- Uso do CPAP (aparelho elétrico tipo compressor de ar que gera pressão positiva de ar nas vias aéreas), ou aparelho intra-oral, que permitem a passagem do ar pela garganta e impede a falta de oxigenação cerebral
- Em último caso cirurgias específicas.
CONCLUSÃO
Lembre-se que o encurtamento do sono muito comum na sociedade moderna é fator predisponente para a obesidade. A diminuição do tempo de dormir pode modificar o padrão endócrino que sinaliza fome e falta de saciedade por meio da diminuição dos níveis da leptina e aumento dos níveis da grelina, e até mesmo alterar as escolhas alimentares.
A figura do jovem que dorme mal, é preguiçoso, come qualquer bobagem e a qualquer hora, que passa horas isolado diante do computador ou se expões demasiadamente ao sol, que fuma e bebe além da conta nas baladas, deve ser substituída urgentemente por um modelo mais saudável.
Para referências bibliográficas entrar em contato com:
Dra. Dilana Oppitz Kochenborger - CRORS 4816
Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial -área de atuação em Odontologia do Sono