A SAOS em crianças e adolescentes difere no tocante aos adultos na fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Sua incidência é sem predileção de gênero e fisiopatologia geralmente associado do hipertrofia de amígdalas e adenoides.
Os principais sinais e sintomas noturnos são:
- ronco habitual
- paradas respiratórias testemunhadas
- esforço respiratório
- sono agitado
- sudorese
- enurese
Os principais sinais e sintomas diurnos são;
- hiperatividade
- falta de atenção
- agressividade
- problemas de aprendizado
- respiração bucal
No exame físico deve ser avaliado:
- desnutrição ou obesidade pelo índice de ICM para a idade
- presença de obstruções nasais como hipertrofia de cornetos, presença de pólipos, desvio de septo, etc
- hipertrofia de amígdalas
- hipoplasia mandibular
- atresia de maxila
- palato ogival
- palato mole alongado
- respiração bucal
- alterações de oclusão dentária, etc.
O ronco e a respiração bucal são frequentes em crianças podendo estar associados à obstrução intermitente das vias aéreas superiores durante o sono e consequente hipoxemia noturna e fragmentação do sono levando as seguintes consequências:
- alterações cognitivas e comportamentais - como déficit de atenção, dificuldade de aprendizado, hiperatividade, redução do desempenho em testes de inteligência, baixo rendimento escolar. Estudos também mostram efeitos da SAOS no processo auditivo, nas habilidades de expressão fonética, na percepção visual e memória.
- alterações cardiovasculares - hipertensão arterial, arritmias, bradicardias, hipertensão pulmonar e cor pulmonale (raro).
- alterações no crescimento ponderal e da face - baixo peso, rosto alongado, micrognatia mandibular, mordida cruzada, atresia maxilar, etc.
Tratamento:
- cirúrgico: - adenotonsilectomia em crianças menores de 5 anos
- clínico: - expansão rápida da maxila e aparelhos de reposição mandibular em crianças maiores de 5 anos (as vezes associado com a remoção de amígdalas e adenoides), ortodontia ou medidas que atuem na formação e crescimento craniofacial, CPAP (pressão positiva contínua na via aérea) em casos selecionados.
- medidas complementares: - evitar alergenos, perda de peso, tratar infecções respiratórias.
- medicamentoso: - uso de esteoides nasais.