Tanto para o otorrinolaringologista, o cirurgião facial e o cirurgião-dentista necessitam destes métodos quantitativos e objetivos para avaliar o equilíbrio da face e em caso de SAHOS apontar o local de maior constrição da cavidade nasal como complemento de diagnóstico e planejamento de tratamento.
A análise cefalométrica inica com a realização da radiografia lateral da face padronizada pelo cefalostato. Este suporte orienta a incidência da radiografia, mantendo a distância constante entre a fonte de Raio-X, o plano sagital mediano do paciente e o filme. Para sua obtenção, a cabeça do paciente é posicionada em oclusão dentária e fixada no cefalostato, de maneira que a distância entre a fonte de raio-X e o plano sagital permaneça em 1,52 m. Para que o corpo da língua seja nitidamente visualizada no traçado cefalométrico, a melhor técnica de evidenciação é através da colocação do contraste radiológico sulfato de bário no dorso da mesma, tendo o cuidade de englobar a ponta da língua e não estender o contraste onde não interessa.
As estruturas traçadas são: órbita, sela túrcica, osso nasal, palato mole, corpo da maxila, parede posterior da faringe, mandíbula, incisivos centrais, primeiros molares, corpo da língua, osso hióide e C3 da coluna cervical.
Características craniofaciais que indicam a SAHOS:
- Base do crânio encurtada e com leve rotação horária;
- Comprimento da maxila encurtada;
- Retrognatia maxilo-mandibular, quando a referência é o plano N-Perp;
- Aumento da altura facial inferior;
- Medida H-PM (distância do hióide ao plano mandibular) aumentada;
- Ângulo ANB aumentado;
- Palato mole aumentado;
- Espaço faringeo posterior superior (EAPS) menor.
Apesar do grande esforço dos pesquisadores, não há consenso se a cefalometria deva ser solicitada para todos os pacientes com SAHOS. Em contrapartida, apresenta importância para obtenção de informações sobre anormalidades esqueléticas e em tecidos moles, contribuindo na indicação cirúrgica com base na gravidade da doença e na presença de alterações anatômicas das vias aéreas superiores (VAS) e do esqueleto craniofacial. Muitos insucessos com os resultados da uvulopalatofaringoplastia está relacionado com a falta da análise cefalométrica e reconhecimento da necessidade de associações com outros procedimentos como: expansão rápida da maxila; aparelho intra-oral (AIO); suspensão do hióide e o avanço do tubérculo geni (fase I do protocolo de Stanford) ou avanço maxilo-mandibular (fase II do protocolo de Stanford).
Conclusão: Por ser exame de baixo custo, expor o indivíduo a níveis mínimos de radiação e de fácil análise, podemos conseiderar a cefalometria em incidência lateral, exame fundamental na identificação do local de maior constrição da faringe, contribuindo sobremaneira para o diagnóstico e plano de tratamento da SAHOS.
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